Gabrielle Roth – A Xamã de New York
 
Hoje trazemos a história da mulher que ganhou o título de Xamã de Nova Iorque. Nascida em S. Francisco, EUA, foi bailarina e criou o movimento “5 Rhythms – the wave dance”, uma metodologia que traz a dimensão da Alma para o movimento da dança.
 
Desde muito jovem que Gabrielle sentia dentro de si uma fome tormentosa em relação aos ritmos do espírito. Isto fez com que procurasse uma ligação a Deus, e desta forma pediu aos seus pais, aos 6 anos, para ingressar numa escola católica. Foi aí que viu pela primeira vez uma bailarina e aos 7 anos iniciou-se no ballet.
 
O pecado, ou a noção de pecado, os impulsos do corpo como algo errado, a urgência do espírito para um lado mais “selvagem” colidiam com a rigidez do hábito negro das educadoras.
 
Na sua adolescência habitava dentro dela uma dualidade entre o impulso selvagem de viver que o corpo lhe pedia e as contrições a que a mente apelava. O corpo pedia liberdade e mente trazia a culpa por vivê-la. Assim foi vivendo a sua vida, neste balanço, somando experiências que colidiam profundamente com os hábitos católicos. A dança era o seu mundo, mas sentia que nela não se expressava a sua Alma.
 
Depois de terminar a faculdade uma lesão no joelho, já recorrente, impediu que o sonho da dança fizesse parte da sua vida – “senti-me perdida, como se tivesse sido apagada do meu próprio sonho”. Uma amiga, dedicada ao desenvolvimento pessoal, em Esalen, California, convidou-a para ingressar num curso seu, de massagem. Aí Gabrielle cruzou-se com Fritz Perls (psicoterapeuta que desenvolveu a abordagem Gestalt), “o génio que me resgatou”. Começou a dar aulas de dança, como forma de exercitar o corpo, nos grupos de terapia de Fritz e, para sua surpresa, à medida que as aulas iam decorrendo foi percebendo que duas horas de movimento eram tão fortes como 2 anos de divã – “o corpo não consegue mentir! Coloca-o em movimento e a verdade virá à tona”.
 
“Numa noite quente de lua cheia, um ritmo irresistível atingiu-me até ao amago. Não pude evitar o seu chamado. Pela primeira vez em meses comecei a movimentar-me. Esqueci-me do meu joelho. Esqueci-me de tudo, exceto do ritmo. Sob o seu encanto entreguei-me sem me apegar a nada, a absolutamente nada. Perdida no espírito da dança, encontrei um atalho, um atalho dançante, que me levou ao lugar mais profundo e mais vivo em que jamais estivera. Deus estava a falar-me sem dizer uma palavra”.
 
A partir daqui Gabrielle explorou em si esta dança de êxtase, que fez com que ela descobrisse que a “Alma não estava perdida, mas sim enterrada no fundo dos seus ossos, empurrada para baixo por seculos de tradições destinadas a controlar os nossos anseios naturais em direção ao êxtase” e tornou-se determinada a encontrar o fluxo de energia de cada pessoa.
 
Assim foram nascendo os movimentos que originavam a prática 5 ritmos, mais do que uma forma de trabalhar o corpo – uma forma de trabalhar a Alma.
 
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OUSAR SER GRANDE – GABRIELLE ROTH